quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O Outro




Poema o Outro de Sá-Carneiro Musicado Por Adriana Calcanhoto

Ó Sino de minha Alma

Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro de minha alma.
E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.
Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.
A cada pancada tua,
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Poema de Natal / V. Moraes

"Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos –
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos –
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai –
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte –
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente."


Vinicius de Moraes

In poemas, sonetos e Baladas
In Antologia Poetica
In Poesia Completa e Prosa:"O encontro do cotidiano"

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sonho

Todos os homens sonham
Sonham com o horizonte mais belo
Com o sol mais vermelho
e o mar alaranjado

Sonhamos em toda a vida
sem perder uma noite
sem perder uma só esperança

Sonhamos com todas as rosas
que rosas , belas, vermelhas
cheirosas , de pele sedosa
Mas por ventura humana
quando seguramos a rosa
os espinhos sempre traz
o vermelho de um sonho aveso.


Armando Takashi Sato

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

S/A

Me diz poeta
Será meu o poder de abrir teu coração
O qual quero cuidar com um carinho
Pois é carinho que sinto no meu coração

Me diz Poeta
Se teus labios podereis beijar
E teu corpo apreciar
E em teus erros aprender a amar

Será meu esse tal poder
eu que sou um qualquer
que em prosa aprendeu amar.

Só me diz poeta.
Será eu em teus versos
Só me diz ao certo
se na noite de carinhos
será meu o poder de amar.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Soneto da Poesia

Em seus olhos de lagrimas recaidas
Cai na tentação de suas caricias
Que bagunçou meu coração em euforia
E atrevida meu corpo a ti investia

De Poesias meu coração morreu
Se deu, e aqui se perdia
Seu corpo era uma euforia
De minha propria Dramaturgia

Naquele beijo que lhe dei acolhida
Suspirei minhas palavras timidas
Pois teu corpo era o que queria

Como rouba meu coração que ardia
Em suas Palavras de calmaria
E sem minha alma me deixas aqui sozinha.

Armando Takashi Sato

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Social da Sociedade

Bom Dia
Boa Tarde
Cabeças baixas
Como tristes solitarios numa multidão
Bom Dia
Boa Tarde
Olhares Profanas
E Odor de trabalhador
Boa Noite
Sirenes
Um pintor que pinta vermelho
ao chão
No meio da solidão noturna
Boa Noite
Um Musico que toca as mesmas notas
Bom Dia
Mas que bela melodia
Que Belo Quadro
Uma segurança nacional.

João Pedro Drummond